Definidos de forma muito generalista como o conjunto de práticas de assistência ao paciente incurável (oncológico ou não) que visa oferecer dignidade e diminuição de sofrimento, sem preocupação de abreviar (Eutanásia) ou prolongar a vida despropositadamente (Distanásia) os Cuidados Paliativos na sua plenitude são providos por uma equipe multidisciplinar composta por médico, psico-oncologo, enfermeiro e por vários tipos de terapeutas, objetivando:
1) o alívio da dor,
2) a maximização das habilidades funcionais remanescentes,
3) a manutenção da maior autonomia possível e a 4) promoção de um equilíbrio mental que permita a aceitação assertiva da sua condição e promova uma qualidade de vida consentânea com a dignidade humana.
Como tal, estamos perante uma especialidade multidisciplinar que se baseia fortemente no conceito da Ortotanásia, pelo facto de estar focalizada em amenizar os sintomas da doença e dar apoio físico e psicológico ao paciente e à família, quer exista ou não, possibilidade de cura.
Deste modo, sem querer substituir o papel do estado português numa área que tem sofrido desenvolvimentos notáveis nos últimos 25 anos, a existência de uma Consulta de Cuidados Paliativos de base Psicológica é fundamentar para que os doentes paliativos que estão a ser acompanhados em regime ambulatório (modalidade assistencial fortemente recomendada pela OMS e pelo SNS) possam receber no conforto da sua casa, todo o apoio psicológico especializado (sem ter necessidade de recorrer ao hospital que o está a acompanhar). Ou seja, estamos perante uma consulta que permite de forma simples, cómoda e eficaz, colmatar uma das maiores lacunas do Serviço Nacional de Saúde Português).
Contudo, para além das consultas de especialidade fornecidas ao doente terminal, as consultas de Psico-Oncologia destinadas a doentes Terminais, também englobam a abordagem individualizada ou em grupo de todo o agregado familiar que muitas vezes, revela um sofrimento mental de magnitude similar ao que é vivenciado pelo paciente e apresenta grandes dificuldades ao nível da aceitação da doença e da gestão dos novos papeis sociais e funcionais.
Para além disso, não nos podemos esquecer, que a existência de um ambiente familiar harmonizo e mentalmente saudável é crucial para que o doente terminal possa ultrapassar de assertivamente as diferentes fases de adaptação psicológica e atingir uma fase plena de aceitação da sua condição de modo a que morte possa ser vivenciada com a máxima serenidade possível.