Sendo consensualmente aceite pela comunidade cientifica que a área da oncologia é uma das que apresenta maior impacto psico-emocional nos profissionais de saúde envolvidos, originando taxas de depressão e ansiedade muito superiores às registadas em profissionais de saúde que exercem funções noutras áreas, emocionalmente menos envolventes, a existência de consultas de Psico-Oncologia especificamente direcionadas para esta comunidade é fundamental para que seja possível reduzir a morbilidade psicológica/psiquiátrica para níveis aceitáveis e minorar o stress profissional.
Efetivamente, apesar da oferta deste tipo de consulta ser ainda bastante escassa em Portugal, a adesão a este tipo de terapêutica por parte dos clínicos (médicos, terapeutas, enfermeiros, psicólogos, etc....) que lidam diariamente com doentes oncológicos é cada vez maior (tal como acontece em todos os países ditos desenvolvidos), estando a contribuir cabalmente para a redução de uma das situações mais preocupantes em saúde: o Burnout dos profissionais de saúde e a inevitável perda de eficiência operacional que o mesmo acarreta.
Quando falamos de Síndrome de Burnout (também denominada por Síndroma do Esgotamento Profissional) estamos a referirmo-nos a um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.
Apesar de afetar profissionais de todas as áreas do conhecimento, os profissionais de saúde que trabalham diretamente com pacientes que sofrem de doenças potencialmente fatais, como é o caso do cancro, apresentam uma probabilidade muito maior de entrarem em esgotamento, quer pela intensidade do trabalho, quer pela frustração que o mesmo origina sempre que o desfecho clínico não é aquele que se pretendia.
Estando, especificamente direcionada para os profissionais de saúde que evidenciem sinais de desgaste psicológico intenso ou para clínicos que sintam que estão a perder gradualmente a sua motivação laboral e/ou a habitual eficácia interventiva, as consultas de Psico-Oncologia, que podem ser realizadas individualmente ou em grupo (sempre que se consiga reunir uma equipa clínica e/ou elementos de várias equipas clínicas que apresentem problemáticas comuns e/ou características de personalidade similares), apresentam-se como uma solução válida e muito mais eficaz do que a psicofarmacologia no tratamento do stress e do esgotamento profissional.
Deste modo, podemos afirmar com elevado grau de certeza cientifica, que as consultas de Pisco-Oncologia direcionadas para os profissionais de saúde que lidam diretamente com a problemática do cancro, permite, não só, melhorara a qualidade de vida dos profissionais de saúde (potencializando o bem-estar físico, mental e relacional), como para potencializar a sua eficácia terapêutica.