Para além do bem-estar físico, psicológico e espiritual, o doente oncológico, também necessita de harmonia ao nível da vertente social, para que se sinta bem consigo próprio e com aqueles que o rodeiam.

Efetivamente, pelo facto do cancro continuar a ser uma patologia que envolve um grande estigma social, que origina quase sempre um afastamento inadvertido de familiares e amigos, torna-se fundamental, trabalhar o paciente para que resista a esta pressão extra e encontre mecanismos de defesa eficientes para que seja possível evitar-se o tão temido isolamento social, que continua a ser um dos mais importantes fatores ao nível da instalação e da consolidação de perturbações psicopatológicas (ex: depressão e ansiedade).

Simultaneamente, é fundamental que o paciente seja devidamente informado sobre todos os seus direitos e sobre as vias de apoio existentes ao nível do financiamento da medicação, do alojamento, dos transportes, etc, objetivando libertar a mente do paciente de todas as limitações financeiras que estão a impedi-lo de escolher e/ou continuar a recorrer a determinados serviços clínicos.

Efetivamente, por mais dura que seja a realidade clínica, é indesmentível, que sempre que existem constrangimentos financeiros concomitantes, a mesma tende a exarcerbar-se ainda mais, quer pelas limitações de tratamento que as mesmas impõem, quer pelo sentimento de injustiça extra que as citadas limitações originam.

Como tal, a existência de uma consulta em que sejam abordadas 1) as principais dificuldades de integração social do paciente e dos familiares; 2) indagados todos os direitos legais que os protegem e as possibilidades de apoio económico existentes na comunidade, torna-se preponderante para que o paciente possa concentrar-se no que é verdadeiramente premente: o seu tratamento físico e mental.

Sendo igualmente importante salientarmos que a presente consulta de Avaliação Social e Encaminhamento Financeiro, também produz efeitos muito desejáveis ao nível dos familiares dos doentes oncológicos que não raras vezes assumem papeis de cuidadores a tempo inteiro e/ou vêem-se obrigados a fazer investimentos avultados no tratamento do familiar enfermos sem que exista necessidade de tal acontecer.