Perturbações Relacionais


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Tendo sempre bem presente, que a atividade relacional interpessoal é constitutiva da própria existência humana, é perfeitamente natural que exista sempre um certo grau de artificialismo quando se pensa sobre alguém de forma isolada, ignorando a natureza inevitavelmente interdependente da realidade.

A investigação e a prática clínica demonstram, contudo, que a larga maioria dos problemas clínicos são resolvidos num contexto de terapia individual, mesmo sabendo que os pensamentos, emoções e ações da pessoa ocorrem num contexto interpessoal real ou imaginário, internalizado ou externalizado.

Simplificando um pouco, podemos afirmar que esta maioria de casos clínicos são casos em que se realiza terapia individual num pano de fundo relacional (ou vários panos de fundo relacionais).

Contudo, apesar do que foi referido anteriormente, existem certos problemas relacionais que passam de pano de fundo a figura principal, de tal maneira que já não é o indivíduo, mas sim a relação que necessita de ajuda.

Tal realidade faz com que o grau de complexidade envolvido no auxílio de uma relação seja sempre bastante grande, na medida em que o especialista de saúde mental tem que levar em consideração, não só as características e necessidades de cada uma das pessoas envolvidas, mas também aquelas que dizem respeito ao sistema relacional propriamente dito, gerando e propondo as estratégias necessárias e adequadas para que o sistema adquira um novo estado de equilíbrio.

Sendo igualmente importante ressalvarmos (ainda que sejam bem mais raros), que certos problemas de casal são melhor abordados apenas com uma das pessoas envolvidas e que certos problemas aparentemente individuais (como é o caso das disfunções sexuais) exigem, muitas vezes, um trabalho terapêutico onde é envolvido o casal.

Deste modo, tendo perfeitamente presente tudo o que foi alvitrado anteriormente e a importância que estratégias como: o reforço da capacidade empática dos envolvidos, da escuta-ativa, da auto-descentração, da autorresponsabilização, da autocorreção cognitiva, de assertividade, de autorregulação dos impulsos, de visualização de um futuro comum mais positivo, podem ter a este nível, o especialista de saúde mental deverá estar muito atento aos principais indicadores de conflitos e problemas relacionais que passamos a descrever de forma muito sucinta e diretiva, para que seja possível prevenir-se situações de gravidade major :

- Falta de entendimento em vários temas cotidianos, no qual as discussões e/ou brigas parecem que só agravam a situação e nunca se chega a ponto algum.

- Crianças que manifestam rapidamente suas insatisfações, em alguns casos extremados, podem se mostrar: poderosas ou apáticas, descuidadas (acidentes) ou zelosas (cuidam dos adultos), aplicadas ou displicentes com os estudos... Enfim, elas apresentam sinais de que algo não está certo.

- Ambiente familiar é pesado, parecendo que ninguém se importa com ninguém, falando-se apenas das coisas ruins dos outros e a adoção de um tom acusatório sistemático e recorrente.

- Diminuição da cumplicidade do casal, do desejo sexual, do romance, etc. As trocas de ideias sobre sonhos e sentimentos deixam de ocorrer. A energia relacional esvai-se na procura do amor, aprovação e reconhecimento.

- O casal permeia o sentimento de interdição e as preocupações individuais, os "eu's" que compõe o casal não existem e o "nós" dadas as fortes exigências mútuas. Impossibilitados de mudar, só se vislumbrando soluções extremadas. - Ausência quase total de diversão conjunta e, também, perda da espontaneidade quando juntos, podendo existir a tendência para se gerem sentimentos de que é melhor estar com outras pessoas ou outros familiares do que com a própria família ou com o companheiro(a).

- Medo de se expor e medo das criticas, com a constante desqualificação dos "outros". - Tendência de cronicidade das falas/mensagens evitando contradições e incrementando em superficialidade (falta da possibilidade de intimidade). - Desejo exacerbado de confirmação das próprias ações e impossibilidade de elogiar.

- Na busca de melhora há recorrentes pioras.

Sendo importante referirmos, que os citados sinais de perturbação relacional, quer sejam recentes ou antigos, tendem a ser exacerbados pela problemática oncológica porque a mesma abriga a que exista uma aproximação forçada da díade e a uma redefinição de papeis que podem transformar a relação numa impossibilidade lógica num momento em que é mais necessária do que nunca.

Tal realidade faz com que as intervenções psicoterapêuticas que visem a promoção do bem-estar relacional sejam uma grande mais-valia para as famílias que se deparam com um problema oncológico que afeta um dos seus elementos.